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as vezes passo-me... (sem razão aparente)

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21.5.07

 
hoje era um dia bom para ir à praia.

passear na areia molhada, de pés descalços, ao vento. sozinho, e sem causar incomodo, sem disturbios, sem impressões maiores que pegadas na areia rapidamente lavada pelo mar, levada pelo mar, levado pelo mar.

existir sem sonhar, sem sentir, sem causar dor, sem magoar, sem impressionar, sem viver.

vivo assim na maior paz possivel, não para comigo mas com outrém, e ainda assim a paz não me assola. o mundo parece ceder a cada passo que dou, sinto-me tremer e temo pelo desfecho de uma historia na qual sou demasiado participante para me sentir nela. procuro o calor onde sei que nunca o encontrarei, procuro-o pelo prazer de o procurar, pois sei que não o quero, o calor aconchega-nos o corpo, sossega-nos o espirito, e transmite-nos uma temivel sensação de abandono cada vez que se ausenta.

Não o quero.


A melhor forma de nada perder, é nada ter, e cada vez mais perto me encontro da perfeição, e ainda assim sinto tantas, demaisadas, vezes a falta de calor que me faça sentir vivo.

Parar de viver.
é como respirar um vez a cada 3, evitar o toque para fugir ao sentimento, olhar sem comentar, não falar, não participar, não existir.
evito sentir, pois quando sinto, pouco mais se instala que uma profunda dor, uma intensa dor de mim, que me cresce no peito a explodir. viver para quê? com que motivo ou objectivo? sentir para quê?

cansa-me magoar-me sistematicamente, cansa-me a maneira de ser errada com que vejo o mundo, seja ela qual for, será sempre a errada. Custa-me ter um olhar racional sobre o mundo e tão dificilmente me libertar dela. custa-me que sempre que o faça me arrependa profundamente com mais uma seta cravada no peito. custa-me ser um saco de pancada silencioso, mas só assim consigo sobreviver socialmente, só assim renego a solidão que me persegue, que me assola nas noites de insonia, só assim consigo subsistir longe da locura e do egoismo puro da razão, só através do contacto humano me consigo, ainda, sentir humano. doi-me na pele o contacto. queima-me os dedos cada vez que lhe toco, mas sinto que só através desse ardor, dessa queimadura, dos espinhos cravados na pele, me consigo sentir vivo. me consigo apegar áquilo a que chamam "vida", sem me perder dentro de mim, num caminho sem retorno para um plano em que apenas a minha existencia é real.

agarro-me com unhas e dentes a esse ardor, na esperamça de não cair, de não desistir, de não deixar de viver. entristeço-me cada vez que me queimo

15.5.07

 
longas conversas sobre o passado, vistas à luz da distancia, parecem-me irreais, sinto-me como num filme triste do qual não faço parte. observo e comovo-me com tudo aquilo, sonho sem bases para sonhar, vivo uma existencia alheia que não sendo minha, de facto já o foi. enebrio-me em doces cantos, melodiosos, que me levam para longe, troco palavras simples, embora nunca antes ditas. o distanciamento tem essa vantagem.

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